domingo, 27 de junho de 2010



RETRATO DE UMA NOVA IORQUINA Nº 7


(Dorothea Lange. Herald Square, Nova Iorque. 1952)





A roupa é pobre



o cabelo segura-o com o gancho

com que todos os dias prende os sonhos



o olhar atravessa

a rua como se atravessasse um rio



esse olhar não se vê

mas encerra nele uma distância profunda.





Por António Amaral Tavares
(Ler mais poemas desta série em http://vidraguas.com.br/wordpress/)

2 comentários:

  1. Eletrizado, em choque, pela poesia. Descobri por meio do site "Vidraguas" e estou sem palavras pra definir a precisão aguda dos versos.

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  2. Bem-vindo, caro Márcio Nicolau. Vejo bem que percebeu a forma com utilizei as ferramentas nestes poemas: com economia e contenção. Aprendi muito ao escrevê-los.
    Um abraço

    António

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