Na tua boca cantou subitamente uma voz.
E, ao dizeres o meu nome na rede de um abraço,
o rio que outrora bordava o campo emudeceu
com as suas pedras lisas. Então foi possível
ouvir o vento soprar nas asas das borboletas
e os lagartos recolherem-se nos veios dos muros
e o sol ferir-se nos espinhos das roseiras.
Sobre uma colina quente passou uma nuvem
e uma ave poisou, perplexa, no fio do horizonte –
por um instante, o dia mostrou as suas pálpebras tristes;
e, na brancura cega desse entardecer, a tua mão
escorregou pala inclinação do sol e veio contar
as sombras do meu decote.
São assim as mais pequenas histórias do mundo.
Por Maria do Rosário Pedreira
Fotografia de Robert Parkeharrison
E, ao dizeres o meu nome na rede de um abraço,
o rio que outrora bordava o campo emudeceu
com as suas pedras lisas. Então foi possível
ouvir o vento soprar nas asas das borboletas
e os lagartos recolherem-se nos veios dos muros
e o sol ferir-se nos espinhos das roseiras.
Sobre uma colina quente passou uma nuvem
e uma ave poisou, perplexa, no fio do horizonte –
por um instante, o dia mostrou as suas pálpebras tristes;
e, na brancura cega desse entardecer, a tua mão
escorregou pala inclinação do sol e veio contar
as sombras do meu decote.
São assim as mais pequenas histórias do mundo.
Por Maria do Rosário Pedreira
Fotografia de Robert Parkeharrison
"o vento soprar nas asas das borboletas"
ResponderEliminaradequada sutileza.
E que venham mais pequenas histórias!!! Este poema estala no decote da vida, que bom!
ResponderEliminarUm beijo António, obrigada pels poesia que chega daí.
Carmen Silvia Presotto
www.vidraguas.com.br