terça-feira, 29 de junho de 2010



FÁCIL





Desligar o telefone

Aumentar a TV

Fechar a porta

Apagar a luz

É simples

Levantar e sair

Fechar os olhos

Pegar o carro

Furar o sinal

Automático

Aconselhar

Oferecer dinheiro

Ouvir sem atenção

Fácil

Fazer planos

Viajar nas férias

Fotografar estranhos

Sorrir ao lado deles

Publicar na Internet

Simples

Criar uma ONG

Salvar o planeta

Protestar

Acreditar em Deus, claro

Pagar os impostos

Aceitar os desmandos

Votar

Fugir da culpa

Tranqüilo

Mergulhar

Manter-se raso

Esconder a dor

Bem fundo

É fácil, se aprende

Ir ao analista

Folhear uma revista

Cortar o cabelo

Fazer compras

Reclamar do trânsito

Trocar o carro

Pintar o apartamento

Ter filhos

Ler as notícias

Num clique

Comprar a prazo

Com o cartão de crédito

Descomplicado

Tomar comprimidos

Ficar em Forma

Perder uns quilos

Fugir do tempo

É fácil

Mais fácil ainda sair do sério

Perder a calma

Comprar uma arma

Ferir alguém

Enlouquecer

Não é difícil

Olhar as horas

Prever o tempo

Viajar no espaço

Ficar famoso

Rápido e fácil

Dar entrevistas

Comprar drogas

Morrer sozinho

Acontece

É comum

Esconder a verdade

Desviar dinheiro

Usar a força

Trepar

Facinho

Negar afecto

Comprar respeito

Olhar de longe

Assistir a um filme

Aumentar o som

Calar-se

É fácil

E eu acho que eu sou mesmo difícil.





Por Marcio Nicolau

4 comentários:

  1. Que bom ver este poema também aqui!!!!

    Um beijo.

    Carmen Silvia Presotto
    www.vidraguas.com.br

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  2. Pululam Marcios aos quatro cantos! Menino, como é bom também te ler do outro lado do Atlântico!

    Enquanto lia, pensava que o poema era a sua cara rsrs.

    Parabéns! beijos!

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  3. Valeu, Patrícia. Especialmente por reconhecer aquilo que você chama de "a minha cara". Você tem toda razão... rs

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