sábado, 19 de junho de 2010



A BELA DE YU





Quando era novo, ouvia a chuva

Acompanhado por bailarinas,

As velas tremulando, no vermelho

Das cortinas de cama.

Depois, ouvia nos barcos errantes,

Nos imensos rios, sob nuvens baixas,

No vento de Oeste – lá onde

Grita o ganso selvagem.



Ouço-a agora junto à cabana dos monges,

Com prata nos cabelos,

Tristeza, alegria, ausência, encontro –

Passam, indiferentes.

Que ela tombe – a chuva, sobre os degraus,

Gota a gota, a noite inteira, até ser dia.





Por Jiang Jie (c. 1270)
Tradução de Gil de Carvalho

1 comentário:

  1. No gotejo da noite, verto em torno desta linda Poesia!!!

    Um beijo, António!

    Carmen Silvia Presotto

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