domingo, 11 de abril de 2010



O EDIFÍCIO


(Charles Sheeler. Secretariado das Nações Unidas. 1951)







É vertical e monolítico



de lado as fachadas levantam-se cegas

como um espírito crescente



e paralelo



no alçado frontal a igualdade rigorosa

das janelas alinha-se no mesmo plano



irmão no espaço da cidade

está muito longe do mundo



este edifício



todos o sabemos.





Por António Amaral Tavares
(Ler mais poemas desta série em http://vidraguas.com.br/wordpress/)

6 comentários:

  1. E seguimos com nossas geografias, retratos poéticos de Nova York, aqui e em Vidráguas.

    Um beijo, António e obrigada pela poesia compartilhada.

    Carmen Silvia Presotto

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  2. curioso, antónio (como eu gosto deste acento agudo, tão diferente do meu circunflexo...), como nessa série a forma parece se alinhar tão bem à paisagem, como me soam tão amalgamadas. e mais, há uma espécie de distanciamento dessa mesma paisagem (como no poema acima) em relação ao que é humano, sim, todos nós o sabemos. embora tenha sido nós mesmos os construturos e criadores dessa paisagem.

    tenho acompanhado de perto essas publicações. e gosto muito, ao mesmo tempo que sinto uma espécie de aridez... não sei se me faço clara.

    grande abraço

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  3. Essa espécie de aridez, Eugênia, talvez se deva ao facto de que, nesse conjunto de poemas, economizei, com um rigor contabilistico, todas as palavras usadas. Não verto as latas de tinta, mas a cor está lá. Aprendi muito, ao escrevê-los.
    Obrigado pela leitura.
    Abraços
    António

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  4. exatamente!
    a cor está aí.
    abraços

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  5. Obrigada, António, por esta partilha. Este poema, como os outros que li, da mesma série, tem muita profundidade e dá que pensar... Um abraço!

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  6. Obrigado Cláudia, pelo comentário, agrada-me que tenha gostado. Domingo, pelo final do dia virá outro desta série, e segunda outro em vidráguas.
    Um abraço

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