sexta-feira, 16 de abril de 2010



[TEM O POETA UMA FISGA]





Tem o poeta uma fisga

E um caroço de azeitona

E dele ninguém se pisga

Sem levar uma na mona



O poeta é como um puto

Não há muros que não salte

Nem árvore cujo fruto

Lhe negue o sabor de malte



E mesmo que o tempo passe

E na barba nasça neve

Em cada dia ele faz-se

E desfaz-se no que escreve





Por Xavier Zarco
Fotografia de Lewis W. Hine

2 comentários:

  1. Que belo giro este poema, António!

    E que bom quando, na poesia está o fazer poético.

    Um beijo amigo e companheiro.

    Carmen Silvia Presotto

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  2. Eu conheço este poema, ou a sua verdade, desde os princípios da minha adolescência. É excelente por ser certeiro.

    António

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