algures aonde eu nunca viajei,alegremente além de
qualquer experiência,osteus olhos têm o seu silêncio:
no teu gesto mais frouxo há coisas que me prendem,
ou que eu não posso tocar de tão próximas que estão
o teu mínimo olhar há-de facilmente desprender-me
embora eu me tenha cerrado como dedos,
tu sempre me abres pétala a pétala como abre a Primavera
(tocando hábil,misteriosamente)a primeira rosa
mas se teu desejo for encerrar-me,eu e
minha vida fecharemos em beleza,de repente,
como quando o coração desta flor imagina
a neve em tudo cuidadosa descendo;
nada do que existe para ser sentido neste mundo iguala
o poder da tua extrema fragilidade:cuja textura
me submete com a cor dos seus domínios,
representando a morte e para sempre em cada alento
(eu não sei o que é que há em ti que fecha
e abre;apenas alguma coisa em mim entende
a voz dos teus olhos mais profunda que todas as rosas)
ninguém,nem mesmo a chuva,tem tão finas mãos
Por e.e. cummings
Tradução de Jorge Fazenda Lourenço
Quadro de Van Gogh
qualquer experiência,osteus olhos têm o seu silêncio:
no teu gesto mais frouxo há coisas que me prendem,
ou que eu não posso tocar de tão próximas que estão
o teu mínimo olhar há-de facilmente desprender-me
embora eu me tenha cerrado como dedos,
tu sempre me abres pétala a pétala como abre a Primavera
(tocando hábil,misteriosamente)a primeira rosa
mas se teu desejo for encerrar-me,eu e
minha vida fecharemos em beleza,de repente,
como quando o coração desta flor imagina
a neve em tudo cuidadosa descendo;
nada do que existe para ser sentido neste mundo iguala
o poder da tua extrema fragilidade:cuja textura
me submete com a cor dos seus domínios,
representando a morte e para sempre em cada alento
(eu não sei o que é que há em ti que fecha
e abre;apenas alguma coisa em mim entende
a voz dos teus olhos mais profunda que todas as rosas)
ninguém,nem mesmo a chuva,tem tão finas mãos
Por e.e. cummings
Tradução de Jorge Fazenda Lourenço
Quadro de Van Gogh
Uau, que Poema!!!
ResponderEliminarQue a voz da Poesia, siga tocando as pétalas dos dias e nos desembalsamando em versos...
Um beijo amigo e companheiro, António!
Carmen Silvia Presotto