segunda-feira, 8 de agosto de 2011
















O ESPÓLIO DA INFÂNCIA











de meu avô já morto, restam,

no meu rosto, alinhavadas pausas

(cicatrizes bem aferidas

pelas facas da sina)

me ensaiava a goela para a

hora da aguardente benta

o âmago para o tempo

azedo de testar meu

poder de adocicamento

e se ria, entre cânticos de rezas

: “só os silêncios me engasgam”









Por Wilson Nanini

Ler mais poesia sua em http://wilsonnanini.blogspot.com/ (abismos ao relento)

6 comentários:

  1. Eu vi no interior, nas cidades pequenas existem histórias parecidas com essa. Um poema um tanto melancólico, mas válido. Um abraço,Yayá.

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  2. Muito melancólico, mas me adentro ao poema e me dou conta de quantos silêncio tenho engasgado...palavras ainda latindo na memória, bem-ditas, mal-ditas que escoam por existência.

    Beijos António, uma ótima semana para ti e sempre carinho.

    Carmen.

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  3. Nanini e um grande poeta. Que bom encontrá-lo aqui. Um abraço.

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  4. Viva Nydia, que falta fazem os seus comentários.
    Um abraço

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  5. António,

    hoje que vi que vc me deu a honra de expor meu poema em seu espaço que só se dilata.

    O Espólio da Infância é um poema em que trabalho desde 2003, ano da morte de meu avô materno, que era chamado por todos de "onofre Soldado". Ainda me recupero da sua perda presencial. E creio que o poema, que ainda não adquiriu sua forma definitiva, só ficará pronto quando secarem as lágrimas que derramo por meu querido avô.

    Forte abraço! E muito obrigado!

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  6. Obrigado pelo voto de confiança, wilson. Se o poema ganhar outra forma física, que espiritualmente, direi que já está formado, eu volto a publicar.
    Um abraço para si.
    António

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