FORMIGA
"Pai, anda cá", diz a minha filha.
Pela parede branca sobe uma formiga,
minúscula, muito lenta, obstinada.
A minha filha encolhe o corpo
pequenino para olhar. Não sei se é
a primeira vez que vê uma formiga;
mas é, parece-me, a primeira vez
que se apercebe da enorme diferença
de escala que a separa do insecto.
A minha filha acompanha a subida
heróica da formiga pela parede
branca, vira-se para mim, sorri.
É nesse espaço subitamente tenso,
criado entre a alegria infantil da
descoberta e o esforço irracional
da formiga, que nasce o poema,
mesmo se eu já desisti dele para
limpar o ranho que a minha filha,
absorta, deixou chegar até à boca.
Por José Mário Silva
"Pai, anda cá", diz a minha filha.
Pela parede branca sobe uma formiga,
minúscula, muito lenta, obstinada.
A minha filha encolhe o corpo
pequenino para olhar. Não sei se é
a primeira vez que vê uma formiga;
mas é, parece-me, a primeira vez
que se apercebe da enorme diferença
de escala que a separa do insecto.
A minha filha acompanha a subida
heróica da formiga pela parede
branca, vira-se para mim, sorri.
É nesse espaço subitamente tenso,
criado entre a alegria infantil da
descoberta e o esforço irracional
da formiga, que nasce o poema,
mesmo se eu já desisti dele para
limpar o ranho que a minha filha,
absorta, deixou chegar até à boca.
Por José Mário Silva
Maravilloso blog, me ha encantado tu selección de poemas. Por aquí me quedo.
ResponderEliminarTe invito a visitar los míos:
http://volandomariposas.blogspot.com/
http://adjuntofoto.blogspot.com/
Un abrazo
Obrigado pela visita Gloria. Estou contente que tenhas gostado. Visitarei os teus blogs, com certeza.
ResponderEliminarAbraços
António
Adorável o poema em narrativa, pois eu mesma, quando criança, pisei em formigueiro para ver o que acontecia e, ui! Um abraço, Yayá.
ResponderEliminarUma bela poesia. Parabéns António Amaral.
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