O ESPÓLIO DA INFÂNCIA
de meu avô já morto, restam,
no meu rosto, alinhavadas pausas
(cicatrizes bem aferidas
pelas facas da sina)
me ensaiava a goela para a
hora da aguardente benta
o âmago para o tempo
azedo de testar meu
poder de adocicamento
e se ria, entre cânticos de rezas
: “só os silêncios me engasgam”
Por Wilson Nanini
Ler mais poesia sua em http://wilsonnanini.blogspot.com/ (abismos ao relento)
de meu avô já morto, restam,
no meu rosto, alinhavadas pausas
(cicatrizes bem aferidas
pelas facas da sina)
me ensaiava a goela para a
hora da aguardente benta
o âmago para o tempo
azedo de testar meu
poder de adocicamento
e se ria, entre cânticos de rezas
: “só os silêncios me engasgam”
Por Wilson Nanini
Ler mais poesia sua em http://wilsonnanini.blogspot.com/ (abismos ao relento)
Eu vi no interior, nas cidades pequenas existem histórias parecidas com essa. Um poema um tanto melancólico, mas válido. Um abraço,Yayá.
ResponderEliminarMuito melancólico, mas me adentro ao poema e me dou conta de quantos silêncio tenho engasgado...palavras ainda latindo na memória, bem-ditas, mal-ditas que escoam por existência.
ResponderEliminarBeijos António, uma ótima semana para ti e sempre carinho.
Carmen.
Nanini e um grande poeta. Que bom encontrá-lo aqui. Um abraço.
ResponderEliminarViva Nydia, que falta fazem os seus comentários.
ResponderEliminarUm abraço
António,
ResponderEliminarhoje que vi que vc me deu a honra de expor meu poema em seu espaço que só se dilata.
O Espólio da Infância é um poema em que trabalho desde 2003, ano da morte de meu avô materno, que era chamado por todos de "onofre Soldado". Ainda me recupero da sua perda presencial. E creio que o poema, que ainda não adquiriu sua forma definitiva, só ficará pronto quando secarem as lágrimas que derramo por meu querido avô.
Forte abraço! E muito obrigado!
Obrigado pelo voto de confiança, wilson. Se o poema ganhar outra forma física, que espiritualmente, direi que já está formado, eu volto a publicar.
ResponderEliminarUm abraço para si.
António