MEU CARO SÁ
Comigo me desavim,
sou posto em todo perigo;
não posso viver comigo
nem posso fugir de mim.
Com dor da gente fugia,
antes que esta assi crescesse,
agora já fugiria de mim,
se de mim soubesse.
Que meo espero ou que fim
do vão trabalho que sigo
pois que trago a mim comigo,
tamanho imigo de mim?
Sá de Miranda
Comigo me desavim,
sou posto em todo perigo;
não posso viver comigo
nem posso fugir de mim.
Com dor da gente fugia,
antes que esta assi crescesse,
agora já fugiria de mim,
se de mim soubesse.
Que meo espero ou que fim
do vão trabalho que sigo
pois que trago a mim comigo,
tamanho imigo de mim?
Sá de Miranda
ah, sá de miranda, só pensas em fugir…
não queres o perigo de viver contigo,
a não ser no mar tranquilo da concordância.
ah, meu caro sá, assim não dá!
tu te dizes teu próprio inimigo
só porque não concordas contigo?
sá, meu amigo, será tua pergunta, enfim,
a chance de te confrontares e perceberes
que o descaminho é a tua natureza?
que, se é vão fugires do desencontro,
só é possível seguires contigo
atravessado no teu caminho?
Por Eugênia Fraietta
Fotografia de Robert Parkeharrison
antónio, só uma correção: penúltimo verso "só é possível seguires CONTIGO". abraço, e sempre, obrigada.
ResponderEliminarObrigado Eugênia, pela correcção. É o tipo de erro que cometo muito. Abraços
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