MECÂNICA POPULAR
Os enormes problemas de engenharia
Que encontrarás ao tentar crucificar-te
Sem ajudantes, roldanas, engrenagens,
E outros dispositivos mecânicos inteligentes –
Numa sala pequena, clara e despida
Apenas uma cadeira de pernas frouxas
Para alcançar a altura do tecto –
Um só sapato para martelar os pregos,
Já p’ra não falar de estares nu para a ocasião –
De modo que cada músculo costal se exiba,
A tua mão esquerda já cravada,
Apenas a direita para limpar o suor
E ajudar-te a alcançar a beata
Do cinzeiro a transbordar,
Que não conseguirás acender –
E a noite chegando, a longa noite zumbindo.
Por Charles Simic
Tradução de João Luís Barreto Guimarães
Os enormes problemas de engenharia
Que encontrarás ao tentar crucificar-te
Sem ajudantes, roldanas, engrenagens,
E outros dispositivos mecânicos inteligentes –
Numa sala pequena, clara e despida
Apenas uma cadeira de pernas frouxas
Para alcançar a altura do tecto –
Um só sapato para martelar os pregos,
Já p’ra não falar de estares nu para a ocasião –
De modo que cada músculo costal se exiba,
A tua mão esquerda já cravada,
Apenas a direita para limpar o suor
E ajudar-te a alcançar a beata
Do cinzeiro a transbordar,
Que não conseguirás acender –
E a noite chegando, a longa noite zumbindo.
Por Charles Simic
Tradução de João Luís Barreto Guimarães
Fotografia de Robert Parkeharrison
Hey, dá tanto trabalho que é melhor desistirmos da cruz, hein? (rs)
ResponderEliminarAmei a ironia deste poema, genial!
Um beijo.