sexta-feira, 20 de agosto de 2010



MORTE DE CLARICE LISPECTOR






Enquanto te enterravam no cemitério judeu

do Caju

(e o clarão do teu olhar soterrado

resistindo ainda)

o táxi corria comigo à borda da lagoa

na direcção de Botafogo

as pedras e as nuvens e as árvores

no vento

mostravam alegremente

que não dependem de nós






Por Ferreira Gullar
Arte por Van Gogh

2 comentários:

  1. Não conhecia este poema. Sem palavras...

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  2. Amo este poema, amo Lispector, amo Gullar, amo Van Gogh e amo quem blogou este poema, hehehe!!!

    Um beijo amigo, António, sempre bom reler Gullar e seus versos à amiga Clarice Lispector.

    Carmen.

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