quarta-feira, 25 de agosto de 2010



Teus olhos pertubaram-se

Ou foram as estrelas?

Teus augúrios afundaram-se

Ou, quanto a esperanças,

Não há lugar para elas?

Achas então que cheguei ao fim?

Antes falavas com respeito,

Em voz baixa. Nunca assim!

Forçavas-te a escrever,

Me prestavas preito.

Agora, não escreves nem me queres ver.

Escondem-se acaso de ti as estrelas,

Virgo e Leo. Será que por ser

Falso o que dizes estás de mal com elas?

Ser rei não é eterna condição

Só a morte representa a duração.






Por al-Mu'tamid (1040 - 1095)
Tradução de Adalberto Alves

3 comentários:

  1. Um beijo António, obrigada por este poema que nos fala sobre nossa finitude.

    Carmen Silvia Presotto
    www.vidraguas.com.br

    ResponderEliminar
  2. Viva Carmen! Também gosto muito deste poema porque estamos sempre de mal com as estrelas, quando é falso o que dizemos. Sinto a falta do teu site. Para quando o fim das obras?

    António

    ResponderEliminar
  3. Já estamos de volta, passa lá!!!

    um beijo amigo e carinhoso.

    ResponderEliminar

fale à vontade