segunda-feira, 30 de agosto de 2010



LIXEIRO






Pendurado num camião do

lixo atravessas a cidade



de bairro em bairro de rua

em rua de beco em beco



com as luvas de protecção e

o colete fluorescente. Conheces



como ninguém o cheiro

a azedo e a vomitado...



Não te surpreendas se um dia

destes descobrires um coração



ainda a sangrar embrulhado

num saco de supermercado






Por Jorge Sousa Braga

3 comentários:

  1. Trabalho tão digno e tão pouco valorizado. Além disto este poema dá um alerta na realidade humana como um todo.

    ResponderEliminar
  2. Viva, Ivan, já sentia a sua falta. Os seus comentários são sempre bem-vindos.
    Abraços

    António

    ResponderEliminar

fale à vontade