XXV
Raivosos, atiraram-se contra a sombra
dumas acácias que por ali havia,
o corpo dorido de tanto desejar.
Olharam em redor, ninguém os vira,
A terra era de areia, a sombra dura,
também a carne endurecera
e secara a boca, só os olhos
tinham ainda alguma água fresca.
Os dedos cegos foram os primeiros
a rasgar, ferir, e logo os dentes
morderam, nem sequer
ao sexo deram tempo de penetrar.
Eram muito jovens; a terra não,
a terra estava exausta,
o coração mordido pelas vespas,
só queria morrer.
Por Eugénio de Andrade
Fotografia por Kindian
Raivosos, atiraram-se contra a sombra
dumas acácias que por ali havia,
o corpo dorido de tanto desejar.
Olharam em redor, ninguém os vira,
A terra era de areia, a sombra dura,
também a carne endurecera
e secara a boca, só os olhos
tinham ainda alguma água fresca.
Os dedos cegos foram os primeiros
a rasgar, ferir, e logo os dentes
morderam, nem sequer
ao sexo deram tempo de penetrar.
Eram muito jovens; a terra não,
a terra estava exausta,
o coração mordido pelas vespas,
só queria morrer.
Por Eugénio de Andrade
Fotografia por Kindian
Genial poema, genial Poeta!!!
ResponderEliminarUm beijo carinhoso e obrigada António por mais este momento com a Poesia Universal
Carmen Silvia Presotto
Obrigado pela leitura, Carmen.
ResponderEliminarAbraços