quinta-feira, 1 de setembro de 2011


















A verdadeira mão que o poeta estende

não tem dedos:

é um gesto que se perde

no próprio acto de dar-se




O poeta desaparece

na verdade da sua ausência

dissolve-se no biombo da escrita




O poema é

a única

a verdadeira mão que o poeta estende




E quando o poema é bom

não te aperta a mão:

aperta-te a garganta










Por Ana Hatherly

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