segunda-feira, 3 de janeiro de 2011



PODE-SE VIVER MUITO BEM...






Pode-se viver muito bem

sem nada mais do que estes privilégios quotidianos:

uma carta na caixa do correio, o barulho de uma vaga,

o azul sobre a planície, as palavras de um poema.

O universo reduzido a poucos vínculos

ao trajecto habitual

da sua própria morte.



Pode-se muito bem não ser mais

do que uma aventura de átomos e de questões insignificantes.







Por Hélène Dorion
Tradução de Lp, Do trapézio, sem rede (http://arspoetica-lp.blogspot.com/)

2 comentários:

  1. O esvaziamento como libertador da lucidez...
    Muito, muito lindo isso...
    Beijos.

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  2. António, te leio todo dia, mas teus últimos poemas são de uma intensidade... este é simples no dizer e complexo de viver, dizes muito aqui Querido Poeta.

    Um beijo.

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