domingo, 16 de maio de 2010



RETRATO DE UMA NOVA IORQUINA Nº 1


(Louis Faurer. Sem título. 1948)





O casaco sintético parece ter estampada

a pele de um animal que ela não sabe

mas talvez não exista dando-lhe de todo

uma aparência de pássaro frágil



a mão rude as unhas pintadas

segura um cigarro que chupa

entre fumo e cinza



as feições são magras abandonadas

à geometria da cidade



parece olhar uma montra –

o cabelo claro

apanhado à frente e solto atrás

guarda todo o erro dos sonhos.





Por António Amaral Tavares
(Ler mais poemas desta série em http://vidraguas.com.br/wordpress/ )

2 comentários:

  1. Obrigada, António, por este poema tão vivo!
    Abraço
    Cláudia

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  2. Obrigado pela leitura, Clãudia. Os seus comentários são sempre bem-vindos.

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