sexta-feira, 26 de julho de 2013








O POEMA (I)



Esclarecendo que o poema
é um duelo agudíssimo
quero eu dizer um dedo
agudíssimo claro
apontado ao coração do homem

falo
com uma agulha de sangue
a coser-me todo o corpo
à garganta

e a esta terra imóvel
onde já a minha sombra
é um traço de alarme




Por Luiza Neto Jorge
Arte de Edward Hopper

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