(Antes de vir, por dias me rondei. Era
medo. Do desencontro, talvez.)
Choveu, escutam-se as rodas nervosas
no asfalto molhado e, nos entremeios, um silêncio gordo que é uma espécie de
zumbido que se desenha em espirais.
Pergunto-me quem são e se acaso já
olharam a noite de frente. Eu não. Espreito-a e temo e cobiço. E é a ela que
vendo a minha intimidade.
E pressinto-a. A tristeza em mim não é
sentida, é pressentida, entendes isso?
A noite. Tal como a música, entra-se
em mim e entranha-se e quando o dia romper no alvoroço de uma luz muito branca,
talvez persista ainda o desajuste.
O sono é o remedeio. Mas às vezes, até
aí a lucidez se vence. E então abro os olhos e há um corpo deitado a meu lado.
E então os olhos ardentes fixam as órbitas vazias de um olhar assombrado. É o
medo.
Por Elisabete Albuquerque
Mais poesia sua em http://a-didascalia.blogspot.com/
António,
ResponderEliminarPelo que me desculpe pelo silêncio que mais parece ingratidão...
Estou em exames e o tempo não tem sido muito.
Se me diz que frequentou a OP no ano passado, já sei quem é :)
Escreve tão bem que não posso deixar de sentir o pedacinho de inveja que nasce da admiração genuína. E não o digo como forma de retribuição, uso da maior sinceridade.
Muito obrigada pelo apreço e incentivo.
Elisabete, não te avalies mal ou de modo depreciativo. Estes poemas que li no teu blogue estão em continuidade com o que foste escrevendo na OP.
EliminarGostei muito do que escreveste em poucos minutos a propósito dos espaços judiciais. É pena que tenhas desistido nessa altura. Vou apreciando os teus escritos no teu blog.
Obrigado por responderes,
Abraços
Medo ou prevençao?
ResponderEliminarTeimosia ou persistencia?
Tristeza ou silencio?
Como saber, pode ser os dois num só!
Abraços da Mariane do blog As cores que sou
Viva Mariane, obrigado pela leitura. Tenho que fazer uma visita ao teu blog.
EliminarAbraços