sexta-feira, 29 de julho de 2011




UM CONTO EM TERRACOTA










Rita acordou cedo

e encontrou o sol ainda a caminho.

Com a autoridade que tem os sábios

e aqueles que decifram as luas,

falou-lhe com a voz de sereno e baobás:

- Hoje, não.

Eu quero chuva sobre

argila do sonho que eu estou moldando.

Ele a obedeceu e voltou-se para o oriente

assim como fazem aqueles

quando ouvem a voz de quem amam.

Os meteorologistas

não entenderam a súbita mudança do tempo.

A chuva riu-se do termo ”à esclarecer”.

O sol tomou o tempo para descansar.

No dia seguinte,

teria um sonho imenso para cozer.










Por Anna Ehre

3 comentários:

  1. Falarei à vontade para dizer que me senti à vontade nesta casa. Muito obrigada pela acolhida! O Garoa, ainda começando a dar seus primeiros passos, pede licença para acompanhar este caminhar. E o Cântaro mais do que honrado pela tua visita. Um grande abraço!

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  2. Sabe Ehre? Eu só recentemente descobri que tudo o que tenho escrito até aqui, está errado. Eu também vivo aprendendo e desaprendendo. Por isso, a maior honra cabe a mim por tê-la como seguidora do meu blog. Abraços para si e obrigado pela leitura.

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  3. Sonhos terracotas nestes versos cerzidos de humanidade e lirismo...que belo poema. Um beijo António, bom domingo, boa semana e sempre carinho.

    Carmen.

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