quarta-feira, 17 de novembro de 2010



A CIDADE E OS LIVROS


para D.Vanna Piraccini






O Rio parecia inesgotável

àquele adolescente que era eu.

Sozinho entrar no ônibus Castelo,

saltar no fim da linha, andar sem medo

no centro da cidade proibida,

em meio à multidão que nem notava

que eu não lhe pertencia - e de repente,

anônimo entre anônimos, notar

eufórico que sim, que pertencia

a ela, e ela a mim - , entrar em becos,

travessas, avenidas, galerias,

cinemas, livrarias: Leonardo

da Vinci Larga Rex Central Colombo

Marrecas Íris Meio-Dia Cosmos

Alfândega Cruzeiro Carioca

Marrocos Passos Civilização

Cavé Saara São José Rosário

Passeio Público Ouvidor Padrão

Vitória Lavradio Cinelândia:

lugares que antes eu nem conhecia

abriam-se em esquinas infinitas

de ruas doravante prolongáveis.






Por Antonio Cícero
Ler mais poesia sua e de outros em
http://antoniocicero.blogspot.com/

1 comentário:

  1. A Cidade e os livros é o mundo que desejamos viver... o Poeta sabe. genial o poema, António.

    Um beijo

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