SONETO NA MORTE DO HOMEM QUE INVENTOU AS ROSAS DE PLÁSTICO
O homem que inventou as rosas de plástico morreu.
Reparem na sua importância:
as suas flores imperecíveis e imaculadas nunca murcham
mas resolutamente velam o seu túmulo através da escuridão.
Ele não compreendeu a beleza nem as flores,
que enredam os nossos corações em redes suaves como o céu
e nos prendem com um fio de horas efémeras:
as flores são belas porque morrem.
A beleza sem o seu lado perecível
torna-se seca e estéril, um palco abandonado
como uma floresta de enganos. Mas a realidade
dá razão à invenção deste homem; ele conhecia a sua época:
uma visão do nosso tempo impiedoso revela-nos
homens artificiais cheirando rosas de plástico.
Por Peter Meinke
Tradução de Ricardo Castro Ferreira
Tradução retirada do blogue Do Trapézio, Sem Rede
É, a beleza, a luta está na circularidade... tudo que nasce, morre e nasce.
ResponderEliminarQue bela reflexão.
Um beijo,António!Obrigada por toda Poesia que aqui em encontramos.
Carmen.