segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

DESEXISTIR





Quando eu desisti

de me matar

já era tarde.



Desexistir

já era um hábito.



Já disparara

a auto-bala:

cobra cega se comendo

como quem cava

a própria vala.



Já me queimara.



Pontes, estradas,

memórias, cartas,

toda saída dinamitada.



Quando eu desisti

não tinha volta.



Passara do ponto,

já não era mais

a hora exata





Por Frederico Barbosa

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