À
meia-noite, há uma menina que aprende a andar de bicicleta. E o som da
campainha do guiador, riso fresco de criança, insinua-se através da janela,
aberta, porque é uma noite de Verão e o calor.
No
tempo em que os anos me cabiam nas mãos, também eu. O cesto da bicicleta branca
que haveria de ter quando crescida estava repleto de flores que pedalavam rua
abaixo numa liberdade feita de vento no rosto, loucura sem tino. Quando
crescida, pensou ser devaneio de menina. Sonho aguardado, sonho relegado. Sonho
que não cabe, afinal, em tempo algum.
Quem
salvaria o mundo esta noite? Foste tu quem te escolheste, pois eu pensei que
quisesse falar de amor.
Por
Elisabete Albuquerque
Mais
poesia sua em http://a-didascalia.blogspot.pt/
arte
de Aileen Leijten
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