SEM
CHAVES E ÀS ESCURAS
Era um desses dias em que tudo corre bem.
Tinha limpado a casa e escrito
dois ou três poemas que me agradavam.
Não pedia mais.
Então saí para o patamar para deitar o lixo fora
e, atrás de mim, com uma corrente de ar,
a porta fechou-se.
Fiquei sem chaves e às escuras
sentindo as vozes dos meus vizinhos
através das suas portas.
É passageiro, disse para mim;
no entanto também a morte poderia ser assim:
um patamar escuro,
uma porta fechada com a chave do lado de dentro,
o lixo na mão.
Era um desses dias em que tudo corre bem.
Tinha limpado a casa e escrito
dois ou três poemas que me agradavam.
Não pedia mais.
Então saí para o patamar para deitar o lixo fora
e, atrás de mim, com uma corrente de ar,
a porta fechou-se.
Fiquei sem chaves e às escuras
sentindo as vozes dos meus vizinhos
através das suas portas.
É passageiro, disse para mim;
no entanto também a morte poderia ser assim:
um patamar escuro,
uma porta fechada com a chave do lado de dentro,
o lixo na mão.
Por
Fabián Casas
Tradução
de Lp, Do trapézio sem rede
Vermelho que chama
ResponderEliminarencontro porta fechada
apenas o trinco mede esforço para adentrá-la
Vermelho em chamas
janela lacrada
esforço que trinca a entrada...
Viva Mari, obrigado por esse adiantamento ao poema. É sempre bom ouvir-te,
ResponderEliminarabraços
António