da
rapina
telemarketing
moça
se soubesses
que
me masturbo enquanto te tolero
#
experimental
pássaros
e borboletas já são clichês
é
tempo de acasalar
águas-vivas
libélulas e ornitorrincos
#
vidas
– sedentas – fossilizadas
fósseis
– nostálgicos – retrógrados
retrocessos
– permanentes – progressivos
#
meu
ânus virgem/minha fé promíscua
#
eu
deveria te comover mas
meu
diabo ainda é um ovo de anjo encruado
esta
lua é um antiácido
e
este conhaque falsificado
#
último
espécime
lobo-guará
no radiador
ararinha-azul
no para-brisa
meu
mustang meia cinco
#
a solidão
é um inferno particular
o
inferno é uma solidão compartilhada
#
as
chuvas que as nuvens prenhes prometem
e
abortam longe da sede (da gente)
#
ainda
hei de inventar
um
relógio anti-horário
#
uma
febre tão intensa que acenda uma lâmpada
#
poema
mudo
desde
que os silêncios sejam bem metrificados
#
despaisagens
os
copos de plástico na praia
o
leite azedando na pia
a
mosca encravada no resto de café na xícara
as
mãos macias do obstetra abortífero
#
barroco
teus
olhos me televisionam o mar
meu
olhar te lamparina
na
seminoite
o
odor morno de penumbra despida
#
puro
como um cântico depois do gozo
alegre
como um gozo depois de outro
pleno
como cantar e gozar a um só tempo
#
neurótico
como um boi depois da castração
pianinho
como um cão depois da surra
Por Wilson Torres Nanini
Mais poesia sua em http://wilsonnanini.blogspot.pt/
Muito bom ver meus menininhos malcriados por aqui!
ResponderEliminarAbraços!
abraços também para ti, obrigado pela leitura.
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