O VAGAR FOI DESCENDO
SOBRE AS CASAS
Tinham a luz retida no outeiro
e a tarde de Março a sustentá-las,
envoltas no esplendor do seu sossego.
Em baixo, o rio quase parava.
Era o mar a subir, mas muito lento.
Como se houvesse pelo azul das águas
um defluxo recíproco movendo
luzes poentes e paletas gastas,
onde já se destaca a de ouro velho.
E, depois, o vagar ainda baixa,
enquanto um arrepio arrisca certo
uma ríspida ruga, apenas clara
porque a secunda o céu azul. O resto
deve-se às sombras que se alongam, graças
ao contraluz desfigurando o outeiro.
Tinham a luz retida no outeiro
e a tarde de Março a sustentá-las,
envoltas no esplendor do seu sossego.
Em baixo, o rio quase parava.
Era o mar a subir, mas muito lento.
Como se houvesse pelo azul das águas
um defluxo recíproco movendo
luzes poentes e paletas gastas,
onde já se destaca a de ouro velho.
E, depois, o vagar ainda baixa,
enquanto um arrepio arrisca certo
uma ríspida ruga, apenas clara
porque a secunda o céu azul. O resto
deve-se às sombras que se alongam, graças
ao contraluz desfigurando o outeiro.
Por Fernando Echevarría
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