domingo, 9 de outubro de 2011








Compêndio para desuso literário




É de costume da poesia -
Não aparar prédio nos ombros,
não dar consultoria publicitária,
não meter dinheiro nas algibeiras,
não arrumar direito à cargo público,
e não cumprir quarenta horas semanais.


É de costume do poeta -
Estudar para desconhecer com propriedade,
escurecer as palavras até que fiquem claras,
cometer a disfunção de agigantar o ínfimo,
dar transfiguração de poeira ao infinito,
e ser eternizado por suas inutilidades.




Por Marco Lourenço
Ler mais poesia sua em introspecções ( http://oisoumarco.blogspot.com/)

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