sábado, 29 de outubro de 2011








SUBVERSIVA





A poesia
quando chega
não respeita nada.
Nem pai nem mãe.
Quando ela chega
de qualquer de seus abismos
desconhece o Estado e a Sociedade Civil
infringe o Código de Águas
relincha
como puta 
nova
em frente ao Palácio da Alvorada. 

E só depois
reconsidera: beija
nos olhos os que ganham mal
embala no colo
os que têm sede de felicidade
e de justiça 

E promete incendiar o país



Por Ferreira Gullar

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