domingo, 15 de julho de 2012







CHET BAKER




Amarga coincidência essa de te fotografarem
sentado no peitoril de uma janela tocando
trompete e o modo como morreste. A toada

limpa e morna que se ouvisse se tocavas para alguém
para a cidade ou apenas para a noite são perguntas
com tanto de inútil como de impossível de responder.

Permanece o forte tempero de ironia de que
o jazz é composto esse sorriso à dor uma forma
de unir tudo o que na vida é fuga.
Agora só essa toada de bicho nocturno confirma isso

a ironia a fotografia a forma como morreste e quem sabe
um engano que levasse o tempo de uma queda
de um corpo da janela ao chão da rua.





Por António Amaral Tavares

6 comentários:

  1. Respostas
    1. Não calcula, micheliny, o quanto me sinto agradado e, de certa forma, honrado, dessa forma em que uma luz possa transitar de uma mão para outra, que é a luz da poesia.
      Saiba que estou sempre atento ao seu blog, quase diariamente.
      Obrigado pela visita e comentário.

      António

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  2. Li, reli, vou ler de novo, de novo, de novo. Que maravilha ter achado a sua arte aqui! Estou descobrindo este seu blog aos poucos, prazerosamente aos poucos.

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  3. Viva EV, obrigado pela visita e comentário. Contarei com a sua presença.
    Abraços

    António

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  4. 'Uma forma de unir tudo que na vida é fuga'

    Tens o dom de unir poeisis às palavras.
    abraços, António!

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    Respostas
    1. Viva Ehre, obrigado pelas tuas palavra. Vindas de ti têm um significado especial.
      Abraços para ti

      António

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