sábado, 4 de fevereiro de 2012






O MOVER DE UM LEOPARDO




O olhar é este. Escorre o mel
sobre a navalha do cansaço
e estão húmidas as acácias pela chuva breve.

Breve olhar quase sem sombras é este isto é de
como vem do lado das brisas frias da noite
de modo tão solitário como o nome do medo

e então tudo o que é gesto do seu existir cai
levemente sobre cada seu mover como se fosse
vontade única resgatar uma vida que sabe não voltará.

Só a morte tem tanto tempo pela frente.




Por António Amaral Tavares

8 comentários:

  1. Belíssimo. O adjetivo é este. E nenhum outro. Abraços, caro António!

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    1. Obrigado pela leitura e comentário, Ehre.
      Abraços para ti também.

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  2. António,
    Assinalo presença para que saiba que vou estando, mesmo em silêncio. Comentar literatura não é banalidade, é tão difícil.
    O que escreve é belíssimo, eu sei :)

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    1. Obrigado, Elisabete, pela presença. De facto comentar literatura não é fácil. Mas passamos bem sem isso. Obrigado também pelo comentário.

      Abraços

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  3. num completo que há tanto por viver...

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  4. Olá! :)

    Aqui está um belo poema, digno de ser recordado...
    Felicidades! Beijo

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  5. Obrigado Tânia pelo seu tempo,para me fazer esta visita.
    Abraços.

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