domingo, 27 de março de 2011
POEMA
Incrédulo do meu ser
como um nómada preso ao seu caminho
desloco-me em espiral
pelas farpas do tempo
“torrente repleta de vida”
de onde parto esquecido
e regresso desenganado e invisível…
…a porta da memória profunda
com a sua escadaria imponente,
parasitada por imagens gravadas na pedra gelada,
impedem-me de tocá-la…
e no vácuo formas geométricas aberrantes
observam-me sem pudor até as entranhas
tentando compreender
o sentido flagelado
do fogo que lá não arde.
Por Pedro Simões Eira
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poesia portuguesa
CONFISSÃO
Sintonizado em barulhos
reconheço o prego
ao ser pregado
o parafuso
ao ser enroscado
a água
ao ser fervida
o dia
ao ser mudado
para a tarde
noite
dos regressos
ser fechado
confesso o crime
de escutar a vida
por todos os lados.
Por Pedro Du Bois
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Pedro Du Bois,
poesia brasileira
sábado, 5 de março de 2011

PRECES DE UM POETA EM FASE DE BERÇÁRIO
que onde houver fronteira,
eu tenha muita asa!
que carolina consiga encontrar
sua sombrinha cor-de-rosa
perdida pela casa!
pois, antes, em mim havia
um acúmulo de silêncios,
uma demora profunda
do punhal no peito,
uma dor-dor como a de um
caminhão de crianças
caindo na ribanceira,
mas hoje nada temo:
nem um trem de ferro dentro da insônia
nem um avião dentro da turbulência
embora eu não me veja como
um deus lembrado
das coisas ainda não-inventadas,
vou sendo um poeta impublicável:
à beira de ser tudo,
consigo ser só
quase
– embora, por vezes, feliz
como o primeiro cego
a ouvir gramofone
Por Wilson Nanini
Ler mais poesia sua em http://wilsonnanini.blogspot.com/
que onde houver fronteira,
eu tenha muita asa!
que carolina consiga encontrar
sua sombrinha cor-de-rosa
perdida pela casa!
pois, antes, em mim havia
um acúmulo de silêncios,
uma demora profunda
do punhal no peito,
uma dor-dor como a de um
caminhão de crianças
caindo na ribanceira,
mas hoje nada temo:
nem um trem de ferro dentro da insônia
nem um avião dentro da turbulência
embora eu não me veja como
um deus lembrado
das coisas ainda não-inventadas,
vou sendo um poeta impublicável:
à beira de ser tudo,
consigo ser só
quase
– embora, por vezes, feliz
como o primeiro cego
a ouvir gramofone
Por Wilson Nanini
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