(para
Carmen Silvia Presotto)
A
matemática da morte traz
dias
absurdos onde as horas
se
afundam no grito rouco das ervas.
Talvez
por isso esta escrita ferida
sobre
ti que um dia viraste
as
costas ao seu halo medonho.
Claramente
era um sonho teu
reconstruir
a sombra da tua casa para todos
um
vislumbre delirante
mesmo
que a cada dia
se
deteriorasse o reboco das tuas paredes
assim
dizia eu.
As
casas são mistérios para os outros
e
cometemos o erro de atribuir
palavras
à própria ignorância.
E
só agora compreendi
pela
pedra da infinitude do teu silêncio
as
tuas mãos louvadas
pelas
manhãs limpas.
Cego
não
vi que partiste os espelhos mais impuros
esse
caminho fulgurante para o amor.
Eu
sujo sem luz
e
sem piedade.