segunda-feira, 2 de junho de 2014

Luís Filipe Parrado



ESCREVER DEPOIS DE UM DIA DE TRABALHO ÁRDUO



Já não há maçãs
nem laranjas na fruteira

e o cesto do pão
está irremediavelmente vazio.

Ainda assim
escrevo,

ainda assim,
depois de um dia de trabalho árduo.

Depois de um dia de trabalho árduo
os poemas são de pele e osso

e parecem-se estranhamente
com listas de compras,

pão, laranjas,
maçãs,

coisas escritas à mão,
coisas de que precisamos para viver,

coisas em que pensamos só
quando nos fazem falta.

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